Como incorporar vídeos aos seus e-mails

Como incorporar vídeos aos seus e-mails
13/05/2024 • ... • 141 visualizações
Vanessa Guedes
Escrito por Vanessa Guedes

Sua campanha de marketing tem conteúdo em vídeo? Sim? Ótimo. Trazê-lo para sua newsletter pode ser uma boa ideia. No ano passado, em uma pesquisa conduzida nos Estados Unidos, 91% das pessoas confessou ter assistido vídeos para aprender sobre produtos e serviços oferecidos por empresas. Ainda na mesma pesquisa, 86% dos profissionais de marketing entrevistados afirmaram que o uso de vídeos aumentou significativamente o tráfego das campanhas.

Incorporar vídeos nos e-mails é uma ótima técnica para engajar a audiência da sua lista de e-mails e mais: é uma boa chance de fazer os clientes conhecerem mais sobre o que você tem a oferecer.

Vantagens de  vídeos em e-mail

Uma grande vantagem do vídeo é a capacidade de viralização, algo muito único do formato na internet. As próprias plataformas usadas para hospedar os vídeos geralmente têm um caráter de distribuição incorporado ao sistema — é o caso do Youtube, por exemplo, uma ferramenta que além de operar como servidor de arquivos de vídeo gratuito, também faz a distribuição do vídeo entre seus usuários, como uma boa rede social. Essa vantagem pode ser explorada na hora de pensar soluções para incorporar os vídeos da sua campanha nas newsletters.
Neste artigo, você vai descobrir as melhores e mais eficientes maneiras de fazer isso.

Como incorporar vídeos em e-mails

Embora muitos de nós abram a caixa de entrada em um site no navegador de internet, e-mails não funcionam como páginas web. Mesmo que algumas plataformas ESP (do inglês, “e-mail service provider”, serviço provedor de e-mails, as plataformas de e-mail marketing) permitam a incorporação direta de vídeos nas mensagens, nem todos os clientes de e-mail (Gmail, Outlook, Yahoo, iCloud etc) deixam que os usuários assistam vídeos diretamente no corpo da mensagem. Isso significa que mesmo quando a plataforma de disparo de e-mails tem o recurso de carregar vídeos nos e-mails, nem sempre o usuário conseguirár dar play neles. Mas calma que nem tudo está perdido. Para contornar essa situação, existem algumas saídas.

Nesta seção, vamos explorar 4 jeitos diferentes de incorporar vídeos em e-mails.

1. Escolha uma plataforma de e-mail compatível com vídeos

Existem centenas de plataformas para envio de newsletter, mas poucas permitem que se faça upload de vídeos. Quando a funcionalidade está disponível, você pode descarregar o arquivo do seu vídeo diretamente na plataforma, que vai hospedar o arquivo em seus próprios servidores. Geralmente essa função envolve um player próprio (interface para controle do vídeo, como botões de avançar e voltar, pause e play). Então, caso o cliente de e-mail da pessoa não permita que o player funcione diretamente no corpo do e-mail, ao clicar no vídeo o usuário é levado para uma outra janela, onde o player funciona normalmente.

Nessa modalidade, é importante pensar na jornada do usuário e acompanhar a performance dos e-mails com vídeo. Então a plataforma deve entregar números e estatísticas de acesso geral, assim como o número de vezes que o vídeo foi assistido. 

captura de tela de uma edição em inglês da newsletter TrueHoop. No topo há um vídeo mostrando uma tela dividida em três, em cada parte há um homem. Por cima do vídeo, um botão de play. Abaixo do vídeo, botões, título e texto da newsletter.
E-mail em inglês, da publicação TrueHoop, com vídeo hospedado na plataforma Substack

2. Carregue o vídeo em uma plataforma de hospedagem

O caminho mais usado pelos profissionais do e-mail marketing é hospedar o vídeo em um site como Youtube ou Vimeo. Algumas plataformas de e-mail, como a Selzy, permitem que você incorpore o link do vídeo na newsletter e criam, automaticamente, uma imagem clicável que abre o vídeo em uma página externa.

Essa parece ser a melhor solução para as necessidades mais básicas de quem usa vídeo na campanha de e-mail.

captura de tela da newsletter do NuBank, com fundo claro, texto escuro e destaques como links e títulos em roxo. No topo, o título “Newsletter: por que o salário mínimo não rende”, abaixo o corpo do e-mail com texto e, no meio dele, um vídeo de youtube incorporado.
Neste exemplo, o Nu Bank usa o recurso de e-mail hospedado no Youtube no corpo do e-mail da sua newsletter

3. Insira o link no corpo do e-mail

Outra maneira de trazer o vídeo é usando links direto no texto do e-mail. Não tem mistério na hora de fazer isso. Você pode:

  • Inserir um link para acesso do vídeo no texto;
  • Usar uma imagem de destaque com link para o vídeo;
  • Usar imagem de destaque com um botão de play, simulando um thumbnail de vídeo;
  • Criar um gif, uma imagem animada com cenas do vídeo, que quando clicado abre o vídeo real em outra página.

A opção adotada aqui depende muito da estratégia de conteúdo. Há casos em que a audiência responde melhor com imagens mais impactantes e destacadas, então um gif pode funcionar melhor. Outros casos podem se beneficiar de um botão colorido ou da formatação do texto. Tudo depende do público, da estratégia de conteúdo e de como você quer direcionar a interação dos assinantes com o vídeo.

captura de tela da newsletter Skillshare, em inglês. O fundo é claro e a fonte é escura, com cores fortes de destaque (azul escuro e verde vibrante, quase neon). No topo, o logo da Skillshare, abaixo um gif grande com imagens artísticas rodando, abaixo um texto e um botão de CTA. Depois um subtítulo anunciando turmas em destaque e uma grade de imagens que são miniaturas de cenas de vídeo.
A newsletter da plataforma Skillshare usa um gif no topo, para chamar atenção, e na parte de baixo há thumbnails para vídeos da plataforma

4. Adapte o design do e-mail

Para garantir uma experiência positiva e maximizar o impacto do vídeo, é necessário pensar no design do e-mail. Não basta apenas “jogar” o elemento visual em qualquer parte da mensagem, existem práticas de design que ajudam na hora de posicionar o vídeo da melhor maneira possível no conteúdo. Para isso, você pode considerar:
Usar um texto de suporte, explicando brevemente o conteúdo do vídeo;

  • Se optar por usar uma imagem de destaque, como um gif, preste atenção no tamanho. Gifs podem ser muito pesados e impactar na entrega e abertura dos e-mails, muitas vezes comprometendo o tempo de carregamento na tela;
  • E por falar em telas, é preciso pensar na sua compatibilidade, pois diversos usuários abrem os e-mails em dispositivos diferentes. Alguns vão abrir no computador e outros vão abrir no tablet ou celular. É importante pensar em elementos de design que se adaptam bem ao maior número de telas possível. Por isso vale a pena testar a formatação do e-mail antes de enviá-lo para a lista;
  • A posição do vídeo no e-mail conta. Dar um lugar de destaque para ele no corpo do e-mail vai garantir o clique dos destinatários.
captura de tela de newsletter da marca de cerveja Athletic Brewing, com fundo amarelo e estampa de linhas circulares num tom de amarelo mais forte. No topo, a foto de homem bebendo cerveja, abaixo subtítulo de destaque em azul marinho anunciando um novo episódio de uma série de vídeos da campanha atual da marca no Youtube. Logo aparece uma imagem grande do vídeo, com um botão de play em cima, que quando clicada abre o Youtube direto no vídeo.
A marca de cervejas estrangeira Athletic Brewing criou um design de newsletter todo voltado ao destaque do vídeo, principal anúncio do conteúdo. Esse vídeo ali é uma imagem que leva ao vídeo no Youtube

Pensar nessas boas práticas garante uma boa performance e colabora no sucesso de qualquer campanha de marketing.

Como criar e-mails com vídeo impactantes

Partindo da ideia de que usar vídeos é uma ótima maneira de potencializar o nível de interação entre audiência e conteúdo, é preciso pensar bem em como apresentar seu vídeo para os usuários. Isso vai desde a forma como coloca-se o vídeo na mensagem de e-mail até o próprio conteúdo.

Vamos ver as melhores maneiras para causar um grande impacto com os vídeos em e-mail.

Conteúdo relevante e convincente

Não adianta só criar um vídeo para a campanha. Tem que pensar no conteúdo e em como usar o formato de vídeo a favor da sua marca, como um dos pontos estratégicos para o seu storytelling. Para isso, algumas perguntas podem ajudar você a pensar nisso:

  • Qual história você está contando?
  • O que você quer que seu cliente lembre depois de ver o vídeo?
  • Qual conteúdo apenas o vídeo pode entregar?

Ser capaz de responder a essas perguntas é parte do processo de definição dos seus objetivos com o vídeo. Qualquer conteúdo sem objetivo claro raramente vai gerar engajamento.

Personalização

Personalizar os vídeos pode ajudar a reforçar a identificação do público com o produto e reforçar a relação entre audiência e campanha. Para isso, utilize elementos da sua marca na composição do vídeo. Você pode usar sua paleta de cores e fontes em elementos como: letreiros, legenda, marca d’água etc. Essa personalização gera uma conexão forte entre conteúdo e marca e facilita a identificação da sua campanha.

captura de tela de um vídeo da marca de produtos de higiene Dove. O título do vídeo está em letras claras sobre fundo escuro, abaixo da tela, “Novo Dove Texturas Reais para cabelos crespos e cacheados”. O frame capturado mostra o logotipo da Dove no canto superior esquerdo (o perfil de uma pomba voando de lado, preenchido de dourado), uma mulher negra de cabelos crespos cheios, claros, sorrindo largamente para a câmera e na legenda a frase “..e quero mostrar como ele é”.
No vídeo desta campanha da Dove, a empresa marca presença do início ao fim do vídeo com seu logotipo no topo
captura de tela de um vídeo da marca de produtos de higiene Dove. O título do vídeo está em letras claras sobre fundo escuro, abaixo da tela, “Novo Dove Texturas Reais para cabelos crespos e cacheados”. O frame capturado mostra um fundo branco, com o logotipo da Dove no canto superior esquerdo (o perfil de uma pomba voando de lado, preenchido de dourado) e no meio da tela, em tipografia azul, o texto “Se você é uma mulher crespa ou cacheada, já escutou isso”.
O mesmo vídeo tem momentos em que apenas palavras aparecem na tela, uma boa oportunidade para usar as fontes e cores da marca

Além disso, o apelo visual é tudo no vídeo. 

Atente-se ao uso de luzes e cores, posicionamento de legenda, uso de gráficos ou animações, estilização dos filtros, captação de imagens de produtos e serviços etc. Cada um desses elementos deve ser funcional, atrativo e ter uma função clara. 

Chamada à ação (CTA)

Na área de comunicação, o famoso CTA é um elemento usado para chamar atenção do usuário e fazer com que ele aja. Funciona como um convite ou orientação para seguir um próximo passo.

Usar algum CTA ao final do vídeo é uma ótima saída para envolver o usuário e fazê-lo tomar parte ativa na interação com o conteúdo. Alguns exemplos de CTA para vídeo:

  • Conhecer a página do produto ou campanha;
  • Compartilhar o vídeo;
  • Seguir a marca nas redes sociais;
  • Comentar sobre o conteúdo (fazer uma pergunta no final do vídeo funciona muito bem).

Qualidade do conteúdo

A qualidade do conteúdo do vídeo depende de: estratégia de comunicação, roteiro e um bom apelo visual e sonoro. Os dois primeiros envolvem pĺanejamento e criatividade, o último precisa de técnica e edição.

Se você não tem uma equipe de vídeo que cuide da produção, você pode usar sites e aplicativos com ferramentas fáceis para editar, legendar e otimizar o vídeo. Algumas das ferramentas disponíveis: Canva, Capcut, Adobe Premiere Rush e Filmora.

Acessibilidade

Vídeos precisam ser tão acessíveis quanto qualquer outro componente de mídia digital. Um vídeo acessível tem:

  1. Áudio: tanto faz se há voiceover, música ou pessoas falando (ou todos esses juntos), o áudio do vídeo precisa ser claro e de fácil compreensão.
  2. Legenda: Na internet, é indispensável o uso de legendas para vídeos, mesmo se forem na mesma língua do áudio. A legenda pode ser uma transcrição direta do que é falado e pode ser gerada automaticamente pelos editores de vídeo.
  3. Contexto: o vídeo precisa estar bem contextualizado com a linguagem da marca e da campanha. Quando o usuário for lançado para fora do e-mail, assistindo o vídeo em outra página, é necessário que o vídeo consiga, sozinho, passar a mensagem desejada.
  4. Legibilidade: além da legenda, muitos vídeos usam gráficos, números e textos como recursos visuais de storytelling. Esses elementos devem estar claros e em destaque.
  5. Tecnologias assistivas: pessoas PCD costumam usar tecnologias de apoio para navegar na internet. Garanta que o seu vídeo esteja hospedado em uma plataforma que dê suporte às tecnologias assistivas padrão.

Conclusão

Existem muitos recursos e estratégias no mundo do e-mail marketing, o uso do vídeo é só mais um deles. Mas é um recurso poderoso, então use-o como parte da sua estratégia e não apenas porque é algo que “todo mundo está fazendo”.

Esse artigo pode ser uma boa porta de entrada para entender como incorporar vídeos no e-mail marketing, mas apenas fazendo e testando você vai descobrir o que melhor funciona para o seu público.

Siga sempre experimentando!

Artigo escrito por
Vanessa Guedes
Vanessa Guedes escreve a newsletter Segredos em Órbita. É programadora, podcaster no Incêndio na Escrivaninha e editora na Eita! Magazine. Também escreve ficção especulativa.
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