Agora, responda com sinceridade: você consegue imaginar a Coca-Cola se comportando como a Netflix no X, antigo Twitter? Claro que não.
Por mais que se modernize, a Coca-Cola é uma marca mais tradicional. Ela pode falar com o jovem, pode ter um quê moderno, mas é também família – e isso faz toda a diferença.
Analise sua comunicação atual
Quanto antes melhor, e antes tarde do que nunca. Sim, de novo. Se você nunca sequer pensou no tom de voz da sua marca, existe uma chance de tudo estar um pouco bagunçado até agora.
Contudo, lembra do que conversamos sobre o tom de voz ser algo intuitivo na nossa vida? Pois bem. A voz de uma marca deve ser construída com estratégia, é claro, mas é bem possível encontrar pistas do caminho a seguir no trabalho que você já vem fazendo – especialmente se estamos falando da sua marca pessoal, que vai carregar elementos de quem você é no dia a dia.
Observe o que já funciona na sua comunicação atual. Por exemplo: seu público responde bem à maneira como você se expressa em algum canal específico? Disseque essas interações até entender o que elas têm de melhor, e como você pode adaptar esses elementos até uniformizar a sua comunicação – e pode deixar, vamos falar sobre isso logo ali adiante.
Estude o tom de seus concorrentes
Retomamos aqui a importância da diferenciação. Por um lado, você quer se destacar dos seus concorrentes, desenvolvendo um tom de voz único para a sua marca. Por outro lado, você não quer ser completamente dissonante, como um instrumento desafinado no meio de uma orquestra. Como alcançar esse equilíbrio?
A resposta é: esmiuce a comunicação dos seus concorrentes. O que é comum a todos? Onde cada um se diferencia? Com a devida atenção, você vai encontrar elementos que condizem com a sua comunicação, ajudando sua marca a se integrar ao nicho, e espaços onde você pode fazer diferente.
Crie um guia de estilo
Já são páginas e páginas de instruções para você seguir. Agora imagina quando você colocar tudo isso na prática, a quantidade de material que você vai desenvolver. Se você acha que pode simplesmente fazer tudo de memória, bem… Você achou errado.
Além de ajudar muito na manutenção da uniformidade do seu tom, um guia de estilo poupará, e muito, o seu tempo. Além de descrever o tom de voz da sua marca, reúna exemplos, faça listas de palavras-chave e emojis que podem ser utilizados, liste tudo aquilo que deve ser evitado. Se você é a única pessoa cuidando da sua marca, essa já é uma ótima forma de tirar um peso dos ombros; caso você tenha uma equipe, ou sonhe em um dia ter uma, o guia será fundamental para garantir que todos trabalhem em uníssono.
Aqui, quanto mais claro e inspirador for o trabalho, melhor. Você pode considerar criar uma persona – ou seja, um personagem detalhado que represente a voz da sua marca –, ou até mesmo fazer uma seleção de personagens, fictícios ou não, que tenham um tom de voz similar. Uma espécie de moodboard da personalidade.
Considere também pensar em diferentes aplicações para diferentes situações. Como a sua marca se comporta em situações mais solenes, como celebrando um prêmio? Ou ainda em momentos de comoção geral, como em uma derrota na Copa do Mundo? Quanto mais completo for o seu guia, melhor – inclusive para momentos de crise.
Sim, o guia de estilo pode ser de imensa valia na hora de lidar com possíveis críticas e potenciais negativos. Ao ter o tom dessas respostas pré-determinado, será muito mais fácil focar apenas no cerne de qualquer crise.
Teste e refine seu tom
Com tudo feito, começa o constante trabalho de lapidação e evolução. Ainda mais quando falamos de linguagem, um elemento tão fluido: pense que gírias em voga há alguns anos já estão caindo em desuso.
Quando pensamos no tom de voz da marca, é preciso levar em conta uma série de variáveis em constante transformação: a mentalidade e o vocabulário do público, suas referências e vontades, e ainda as mudanças da sua própria marca, que dificilmente se manterá completamente estática por anos a fio.