O objetivo do brainstorming é estimular, organizar e documentar a geração de ideias inovadoras. Não importa o quanto elas pareçam diferentes, “fora da caixa” ou impossíveis de realizar. O importante é compartilhar o máximo de ideias possível porque da quantidade virá a qualidade. Para isso, é preciso incentivar a criatividade dos participantes e permitir o compartilhamento de todo tipo de pensamento criativo, sem críticas ou julgamentos.
Por ser feito em ambiente sem julgamentos, o brainstorming deixa a criatividade livre para fluir. Além disso, a ideia é que todos sejam ouvidos, independente do cargo. Isso faz com que uma sessão de brainstorming bem feita ajude a acabar com o mito de que criatividade não é para todos, fortalecendo a criatividade também para outras áreas de trabalho.
Esse ambiente favorece a troca de ideias entre pessoas diferentes, com a participação de todos. Independente do setor ou posição na hierarquia da empresa, durante uma sessão de brainstorming todas as ideias são válidas. Isso faz com que a equipe tenha a chance de se misturar mais livremente, trazendo para a mesa ideias vindas de pessoas diferentes que talvez não tenham tanta interação no seu dia a dia.
Qualquer que seja o método escolhido, o brainstorming gera diversas ideias em pouco tempo. Isso é particularmente útil em momentos nos quais a empresa está buscando novas formas de resolver problemas e precisa de uma base com a qual começar a avaliar as possibilidades de ação.
A diversidade é fundamental pois cada pessoa tem o seu jeito de pensar, sua visão de mundo e sua história pessoal. O brainstorming ajuda a obter visões distintas sobre um mesmo assunto e é uma ótima ferramenta para estimular a participação de todos na criação de produtos ou resolução de problemas.
Toda a equipe se sente participando do processo de decisão, ganhando confiança e vendo o resultado do seu trabalho. Além disso, é o momento em que as habilidades e talentos dos integrantes da equipe vem à tona, o que pode ser aproveitado posteriormente pela liderança.
Uma boa sessão de brainstorming une o time e mostra que a liderança é uma pessoa acessível e disposta a ouvir. O brainstorming abre um canal de comunicação dentro da empresa, coisa inestimável não só para alcançar os objetivos propostos por uma sessão de brainstorming específica, mas para o futuro de qualquer empresa como um todo.
Com espaço para pensar livremente, a equipe vai trabalhar o raciocínio lógico, a criatividade e a organização das próprias ideias, habilidades que serão úteis quaisquer que sejam suas áreas. Além disso, o trabalho em equipe proporciona oportunidades de crescimento e de colaboração que podem render muitos frutos em outras áreas.
Seja qual for a técnica usada, o método facilita a geração de soluções colaborativas. Com mais gente pensando no mesmo problema, fica mais fácil resolvê-lo. Soluções inesperadas mas inovadoras podem ser encontradas e aplicadas mais facilmente do que se houvesse apenas uma pessoa trabalhando na questão.
Para ter uma boa sessão de brainstorming não basta reunir um grupo de pessoas em uma sala e pedir que elas deem ideias para resolver um problema, pois o resultado pode ser confuso e desorganizado. É preciso usar uma (ou mais de uma) das várias técnicas existentes para otimizar e sistematizar o processo. Um método coloca ordem no que pode ser o caos de um monte de gente pensando e sugerindo ao mesmo tempo.
Uma das melhores formas de organizar pensamentos e soluções é o mapa mental, diagrama com o qual você pode visualizar o que foi sugerido na sessão de brainstorming. O mapa mental é um diagrama que une ideias, conceitos e conhecimentos, representando o pensamento de modo gráfico. Neste diagrama, a ideia ou pergunta principal fica no centro, com as outras ideias ou conhecimentos ao redor dela. Não faz ideia de como elaborar um desses mapas? Confira os 10 melhores programas para fazer mapas mentais sugeridos pela Selzy e escolha uma ferramenta para facilitar o seu processo de visualização de ideias e conceitos.
Em um brainstorming, você pode criar um mapa mental coletivo a partir das ideias dadas por todos os participantes ou pedir a cada participante para criar seu mapa mental e juntar os mapas ou as melhores partes de cada mapa no resultado final. Essa técnica facilita bastante a documentação dos pensamentos e ideias sugeridas.
O brainwriting é o brainstorming que se baseia na escrita em vez de na fala. Ótimo para envolver pessoas introvertidas, que tendem a ficar de fora do brainstorming tradicional, este método também facilita a documentação das ideias que surgirem. Além disso, o brainwriting facilita a participação de pessoas que se expressam melhor de forma visual, já que também existe a possibilidade de apresentar desenhos, rabiscos ou diagramas. Outra vantagem do método é que seus participantes não precisam estar no mesmo local, podendo ser realizado remotamente.
Uma versão bastante popular do brainwriting é o Método 6-3-5.
Criado pelo professor alemão Bernd Rohrbach em 1969, o método 6-3-5 envolve seis pessoas, três ideias e cinco minutos, gerando até 108 ideias em meia hora. Funciona da seguinte forma:
Este é basicamente um debate feito por escrito, o que minimiza o risco de conflitos e desvios do tema, além de favorecer a participação de todos os participantes, já que tudo acontece no papel e não há riscos de pessoas mais tímidas ficarem de fora.
Elaborado para desenvolver a criatividade em crianças e adolescentes, o método SCAMPER também funciona muito bem em empresas. Ele se baseia no seguinte acrônimo:
Substituir: é possível substituir algo para resolver o problema?
Combinar: é possível combinar algo novo com algo já existente ou juntar duas ideias novas na busca pela solução?
Adaptar: é possível adaptar algo já existente para solucionar o problema?
Modificar: é possível modificar algo já existente para resolver o problema?
Propor: é a hora de dar sugestões para a solução do problema ou questão.
Eliminar: é possível retirar algo para solucionar o problema?
Reorganizar: é hora de rearranjar os pensamentos obtidos até aqui, escolher uma ideia e chegar à solução final, consolidando o resultado da sessão.
O método oferece um processo completo e uma checklist fácil de acompanhar para as reuniões de feedback
No brainstorming tradicional, a equipe pensa em soluções para o problema. No brainstorming reverso se faz o oposto, pensando em criar ou agravar os problemas em vez de solucioná-los. Você pode estar se perguntando: mas qual a vantagem disso? Pensar no que pode dar errado em uma ideia previne o surgimento de problemas na hora de colocá-la em prática. Além disso, a extrapolação pode ajudar a enxergar melhor quais são os verdadeiros bloqueios do problema, e com esses bloqueios bem definidos fica mais fácil encontrar soluções posteriormente.
O psicólogo Edward Bono criou esta técnica para separar tipos diferentes de pensamento e potencializar a análise de ideias. Para realizá-lo, é preciso ter uma ideia a ser analisada, um grupo de pessoas e um mediador. O chapéu foi escolhido como sinônimo do tipo de raciocínio a ser usado e tem várias cores de acordo com sua função:
Chapéu branco: dados e fatos. É o pensamento concreto, sem opiniões. Tem números para mostrar? A hora é essa.
Chapéu vermelho: emoção e intuição. É hora de falar o que você sente sobre a ideia discutida e apresentar ideias que talvez não tenham base em números e dados, mas que ainda assim poderiam ser consideradas.
Chapéu amarelo: pontos positivos. É hora de falar de vantagens, oportunidades e ganhos, basicamente de tudo que a ideia pode trazer de bom.
Chapéu preto: pontos negativos. É o momento de falar dos riscos, falhas e perigos da ideia ou projeto, como no momento do brainstorm reverso mencionado acima.
Chapéu verde: criatividade. É hora de soltar a imaginação e sugerir ideias ousadas e inovadoras, sem medo de julgamentos.
Chapéu azul: é o chapéu do mediador, responsável por definir as regras do brainstorming, controlar o tempo dedicado a cada chapéu e a ordem dos chapéus, além de organizar as sugestões dadas.
Analogia significa relação entre coisas diferentes, e analogias forçadas são uma forma de estimular a criatividade associando coisas e ideias inusitadas para resolver um problema. É uma metodologia útil para explorar soluções não convencionais e obter uma nova visão sobre os problemas. Para colocar em prática a analogia forçada recomenda-se escolher uma série de imagens e apresentá-las à equipe, perguntando o que elas veem naquela imagem e associam ao problema a ser resolvido. Quanto mais inusitada a associação, melhor. É possível fazer analogias com fenômenos da natureza, esportes, meios de transporte, entre outras. O importante aqui é se esforçar para pensar e enxergar as coisas de maneiras diferentes.
Fazer um brainstorming exige método. A realização precisa ser bem preparada e organizada, contando com as seguintes etapas:
Em primeiro lugar, é preciso que todos os participantes do brainstorming tenham as mesmas informações sobre o problema. Depois, é preciso explicar o problema a ser analisado, o método de brainstorming que vai ser usado e definir o tempo da sessão. Garanta também que as dúvidas dos participantes foram ouvidas e respondidas.
A parte prática do negócio: colocar as pessoas na sala — seja ela presencial ou on-line —, definir os materiais a serem usados (canetas, quadro, post-its, câmera, microfone) e fazer a sessão propriamente dita.
Depois da sessão feita, é preciso escolher as ideias vencedoras, dar o feedback para as que não foram escolhidas e definir o que será colocado em prática. Essa etapa não pode ser ignorada, pois é nela que os resultados da sessão de brainstorming passam para o mundo prático e real e o plano para que sejam aplicados é estabelecido.
Agora que você já sabe o que é um brainstorming e conhece alguns dos tipos de tempestade cerebral, chegou a hora de colocar a teoria em prática. Que tal um exemplo prático? Vamos pensar em uma forma de lidar com um problema bastante comum entre as empresas: como transformar visitantes do site e redes sociais (leads) em clientes, passando pelo funil de marketing? O funil de marketing é uma representação da jornada do cliente, desde o contato inicial com sua empresa até a compra do produto ou serviço, e é importante que seus leads avancem de uma etapa do funil para a próxima. Usaremos como exemplo um hotelzinho para cães. Agora que já temos nosso exemplo prático, basta seguir o passo a passo abaixo para começar uma sessão.
É preciso chegar à sessão com o problema ou objetivo bem claro. E lembre-se de informar os participantes sobre ele antes da reunião para que todos cheguem lá com o mesmo conhecimento. No nosso exemplo, o problema a ser abordado é como transformar visitantes do site e redes sociais em clientes?
Escolha uma sala do tamanho certo, com a quantidade de cadeiras de acordo com o número de participantes (que já foram previamente escolhidos), deixe água e café disponíveis. Se a reunião for virtual, verifique se a conexão de todos está funcionando, se todos os participantes instalaram a ferramenta a ser usada para a reunião e confirme o comparecimento de todos com antecedência.
A equipe deve ser escolhida de acordo com o problema a ser solucionado. Pode ser interessante reunir pessoas de departamentos diferentes para ter mais pontos de vista ou juntar todos do mesmo departamento para resolver um problema mais específico. No nosso exemplo do hotel para cães, é interessante reunir pessoas de vários departamentos por ser um problema que envolve o principal objetivo de qualquer empresa: conquistar clientes.
Antes de começar, é preciso definir as regras, de acordo com o método escolhido, e também escolher alguém para o papel de facilitador. Essa pessoa vai liderar o brainstorming, garantir o cumprimento das regras e a colaboração de todos no processo. Para nosso hotelzinho de cães, o método escolhido será o mapa mental, em uma sala com no máximo 10 pessoas, incluindo o facilitador. A sessão terá uma hora de duração.
Para garantir que todos compreenderam as regras e o método, comece com um aquecimento, com brincadeiras para descontrair, exercícios de criatividade e resolvendo um problema fictício, só para “quebrar o gelo” e ter uma ideia de como será o brainstorming na prática. Para nosso caso, que tal uma troca de fotos de pets, com direito a contar a última proeza que eles fizeram? Se o colaborador não tiver um pet, vale o de um amigo, vizinho ou até algum da internet.
Como o objetivo da sessão é gerar o maior número de ideias possível, é preciso ter alguém para organizá-las. Esse papel pode ser feito pelo líder/facilitador ou por uma pessoa de fora que pode realizar a função de um jeito mais isento. Com os pensamentos criativos devidamente organizados, o próximo passo é a avaliação, definindo as ideias que serão escolhidas e as que serão descartadas. Não se esqueça de dar feedback de todas as ideias.
Aqui, o facilitador já estabelecido desenha um mapa mental e vai acrescentando as ideias dadas pelos colaboradores. Depois, as melhores serão escolhidas.
Agora que você já sabe como fazer uma reunião de brainstorming, vamos mostrar umas dicas para deixá-la mais eficaz e garantir que você vai conseguir os resultados que deseja
Definir o limite de tempo é fundamental para o sucesso do seu brainstorming. Tempo curto demais significa menos ideias, enquanto uma reunião demorada deixa os participantes cansados. Estabelecer um horário para o fim da sessão também facilita o foco e a concentração da equipe.
O brainstorming exige que a criatividade flua livremente. Por isso, é preciso criar um ambiente seguro em que as ideias e sugestões não sejam julgadas, nem criticadas. Não existe pergunta ou ideia ruim nesta etapa.
Uma boa forma de facilitar a criatividade e gerar ideias é usar estímulos visuais, como mapas mentais, post-its, imagens e desenhos com canetas coloridas. Algumas pessoas são mais visuais e ficam mais à vontade com esse tipo de auxílio.
Já falamos sobre a importância de definir um tempo fixo para a sessão. Mas não podemos esquecer das pausas. Elas servem para fazer os participantes se desligarem um pouco, renovando as energias para retomar a reunião, além de ajudarem a refletir sobre o que foi pensado e sugerido durante a sessão.
Não adianta ter zilhões de ideias sem ter alguém para anotá-las, certo? Por isso é importante registrar o que foi dito em lugar visível para todos os participantes. Pode ser interessante chamar alguém que não esteja envolvido diretamente no brainstorming, para registrar tudo com um ponto de vista neutro. O registro facilita a escolha das ideias vencedoras.
O brainstorming é uma ferramenta fundamental para conseguir novas ideias e resolver problemas de modo criativo. O objetivo do brainstorming é estimular, organizar e documentar a geração de ideias inovadoras. Entre seus benefícios estão fomentar a criatividade, estimular o trabalho em equipe, gerar muitas ideias com rapidez, conseguir visões diferentes e não convencionais, valorizar os colaboradores, promover o relacionamento entre líder e equipe, estimular a evolução dos colaboradores e agilizar a resolução de problemas.
Algumas das técnicas mais comuns de brainstorming são: mapa mental, brainwriting (cujo exemplo mais conhecido é o Método 6-3-5), método SCAMPER, brainstorming reverso, técnica dos chapéus de Bono e analogias forçadas.
Já as etapas do brainstorming são: preparação para garantir que todos os participantes tenham as mesmas informações sobre o problema, a realização, que a parte prática do negócio e a avaliação das ideias escolhidas, definindo o que será colocado em prática.
Depois de ler estas dicas, você poderá realizar sessões de brainstorming bem-sucedidas, tendo também a capacidade para decidir entre algumas metodologias diferentes, escolhendo a mais adequada para a sua empresa.