Como escolher a plataforma de e-commerce ideal para sua empresa?

Escolher uma boa plataforma de e-commerce é uma questão crucial para os negócios de qualquer empresa que vende online, uma decisão tão importante quanto a localização de uma loja física, por exemplo.

“Plataforma de ecommerce” é um termo mais técnico para o que antes era chamado de “loja virtual”. Trata-se de um sistema para fazer vendas online, integrando tanto dados de produto, estoque e clientes quanto sistemas de checkout, pagamento e logística.

Existem plataformas com diversas características e objetivos, seja uma loja de produtos artesanais, um sistema online para gerenciar pagamentos recorrentes ou lojas responsáveis pela movimentação de milhões de reais todos os dias.

A escolha da melhor plataforma de ecommerce vai levar em consideração diversos fatores, como o preço, segurança, personalização, integração com outros sistemas, SEO, entre outros. Neste artigo vamos explicar alguns dos critérios mais importantes que devem orientar essa escolha, e algumas diferenças entre as ofertas no mercado.

Página inicial do Mercado Livre, com itens baseado em compras anteriores.
O Mercado Livre é um exemplo de marketplace (conjunto de lojas) que prioriza a recomendação e a personalização de itens

Tipos de plataformas de e-commerce

Existem três estruturas tecnológicas diferentes para as plataformas de ecommerce.

Plataforma SaaS

São plataformas autogerenciadas, com o modelo de negócio “Sale as a Service”. Você paga uma taxa pelo uso do sistema para montar a sua loja online, sem gerenciar infraestrutura, segurança ou pagamentos. As plataformas podem cobrar taxa fixa ou porcentagem sobre vendas. Modelos SaaS são ideais para quem está começando ou não quer gerenciar infraestrutura de TI. Costumam ser mais limitadas em personalização ou SEO avançado. 

Estão dentro do guarda-chuva SaaS também as lojas licenciadas, como, por exemplo, criar uma loja em marketplaces como o Mercado Livre ou a Magazine Luiza.

Página da loja “Engenho” dentro do marketplace Magalu.
Loja dentro do Marketplace do Magazine Luiza, onde não é possível alterar nada na interface do consumidor. O visual é idêntico a todas as outras

Plataformas de Código Aberto

Existem soluções de alto nível que utilizam código aberto. Com isso, basta ter um domínio e servidor para instalar a plataforma e começar a vender online. A mais conhecida é a Woocommerce, desenvolvida pela Automattic, criadora do CMS WordPress.

Trata-se de uma solução de baixo custo, já que não exige pagamento em sua versão mais básica, (integradoras de pagamento ainda podem cobrar porcentagem sobre as vendas para aceitar cartão de crédito, por exemplo). Permite personalização praticamente infinita, mas requer algum conhecimento técnico para instalação e manutenção.

Plataformas On-Premise

Plataformas On-Premise são serviços premium, no qual o sistema é instalado em um servidor exclusivo de propriedade do cliente. É ideal para quem trabalha com grande volume de vendas ou necessita de segurança extra para os dados de clientes. Requer alto conhecimento técnico e um time de TI a postos para manutenção e gerenciamento de crise.

Página de escolha de temas do WooCommerce, com 94 opções disponíveis.
Exemplos de temas (layouts) possíveis de lojas para serem instalados na plataforma WooCommerce

Como escolher uma boa plataforma de e-commerce?

Para escolher a melhor plataforma de ecommerce você deve pesar vários critérios. O que é mais importante para o seu negócio neste momento? Estes são alguns dos itens mais importantes a analisar:

Orçamento

Existem plataformas de e-commerce para todos os gostos e bolsos, algumas até gratuitas para pequenos volumes de vendas, e outras com mensalidades de milhares de reais.

O orçamento e volume de vendas previsto é um dos critérios mais importantes para a escolha da loja. No entanto, a loja mais barata nem sempre vai ser a melhor solução, já que é preciso atender uma série de outros critérios importantes, que explicamos neste texto. Assim como a plataforma de maior custo pode tornar o negócio inviável.

Uma escolha inteligente da plataforma de e-commerce também levará em conta outros custos: muitas permitem automatizar processos e melhoram o SEO, possibilitando economizar no marketing.

Escalabilidade

Nem toda plataforma é perfeita para todo volume de vendas. Algumas são boas para pequenas lojas e artesãos, mas se tornam inadequadas para muitos produtos e clientes. É importante olhar o ponto em que seu negócio está agora e as expectativas para os próximos anos.

É possível migrar de plataforma de ecommerce, mas esse é um processo longo e burocrático em que, muitas vezes, você poderá perder os dados de compras anteriores e quebrar a confiança dos clientes já conquistados.

Print da seção de livros da Amazon, com menus no lado direito e superior da página.
A seção de livros da Amazon. A plataforma investe milhões em análises de dados para que sua loja seja fácil de usar

Suporte a demanda de acesso

Semelhante à escalabilidade, mas prevê uma grande demanda de acessos em datas especiais, como no Natal e Black Friday, ou quando o produto é mencionado nas redes sociais de algum influencer, por exemplo. A loja precisa suportar esse alto e súbito influxo de clientes.

Geralmente plataformas Saas são muito robustas nesse sentido, já que costumam lidar com alto volume de vendas na plataforma como um todo. Sistemas de código aberto mal dimensionados podem ter problemas e sair do ar justamente em picos de demanda.

Facilidade de uso para o operador e cliente

É esperado que um funcionário de uma loja online passe a maior parte do dia olhando para o sistema que gerencia a loja. A facilidade de uso, ou UX (User experience), é essencial para melhorar a produtividade e evitar erros no envio, impressão de etiquetas logísticas ou nos próprios pedidos.

A loja também deve ser muito fácil para o cliente, tanto em telas desktop como em celulares. Uma loja difícil de comprar, com um fluxo de compras pouco claro, fará com que os clientes abandonem o carrinho, um dos casos mais comuns de perda de venda online.

Personalização

Proprietários de franquias gastam milhões de reais para descobrir a melhor posição para os móveis, o papel de parede e até o cheiro de uma loja física. São detalhes que impactam os sentidos do consumidor e criam o vínculo com a marca.

Da mesma maneira, a loja online tem cores, posicionamentos e linguagem própria, que também afetam a experiência de compra. Uma boa plataforma de ecommerce deve ser altamente personalizável, para que a experiência do cliente naquela loja seja única e totalmente alinhada com a identidade da marca.

Uma loja com boa personalização também ajuda a melhorar o fluxo de compra do consumidor, adaptando a loja para um volume maior ou menor de produtos disponíveis, ou versões de um mesmo produto à disposição.

Página inicial da loja da Samsung, com destaque para o último celular da marca.
A Samsung é uma marca que vem investindo cada vez mais em sua loja própria, se tornando um dos 15 maiores e-commerce do Brasil. A página da marca se equilibra entre destacar as informações e vender seus produtos

SEO e Marketing

Leve em consideração o quanto a plataforma de ecommerce e todas as suas páginas de produtos são legíveis a sistemas de busca, como o Google. 

SEO (Search Engine Optimization), ou encontrabilidade, faz com que os seus produtos sejam encontrados pelos usuários que estão procurando por eles.

Existem diversos detalhes técnicos que fazem uma página rankear melhor ou pior para determinadas palavras-chave, como o bom uso de títulos e subtítulos e divisão semântica precisa nas páginas.

Além disso, muitas plataformas de e-commerce também oferecem ferramentas de marketing essenciais, como possibilidade de criação de diferentes páginas para o mesmo produto (teste AB), ou cálculo automático no frete de acordo com a localização do usuário.

Integrações

As integrações possíveis são um ponto-chave na escolha da melhor plataforma de e-commerce. Nenhum site é uma ilha, por isso vale a pena pesquisar a fundo como a loja conversa com os outros sistemas da sua empresa, por exemplo.

  • Integração com sistemas de pagamento: Existem diversas formas de aceitar cartão de crédito, pix ou boleto, por exemplo. As mais simples são feitas por intermediadoras de pagamento, como PagSeguro, Mercado Pago ou Pagar.me, que devem ser integradas ao sistema de checkout da loja.
  • Integração com Analytics: No e-commerce, diferenças sutis de layout, preço e jornada de compra devem ser constantemente analisadas por Testes A/B. Por isso a plataforma deve oferecer relatórios robustos ou permitir a integração com outros sistemas de análise desses dados.
  • Integração com sistemas de disparo de e-mails: Toda loja depende de e-mails transacionais para uma boa comunicação com o cliente, para informar sobre a compra, transporte e recebimento. É possível integrar a loja diretamente a um sistema de disparo de e-mails para resolver isso. Também é possível integrar o sistema de newsletters da empresa diretamente à loja, para medir a efetividade das newsletters e promoções enviadas aos assinantes. Se o marketing é uma das chaves do sucesso para quem tem uma loja online, leia também o nosso guia de Email Marketing para E-commerce.

Omnichannel

Se a plataforma de ecommerce deve estar preparada para o futuro, a tendência é a compra acontecer em diversos canais. Em vez de entrar na loja online, é possível que o cliente prefira fazer a compra conversando com um operador (ou um chatbot), talvez pelo próprio site, ou via Whatsapp. As redes sociais, como Instagram, Facebook ou Tik Tok, também investem em sistemas diretos de vendas, nas quais o cliente consegue, com poucos cliques, comprar o produto anunciado no post.

Plataformas de ecommerce omnichannel são aquelas que trabalham todos os canais de maneira integrada, possibilitando o gerenciamento de um único controle de estoque, por exemplo. Ou permite que o seu cliente faça a compra na loja física e receba o produto em casa, ou qualquer outra combinação.  

As plataformas trabalham o conceito de “Omnichannel” de diferentes maneiras, por meio de integrações entre a plataforma e as redes sociais. A experiência pode ser mais dinâmica, ou ter algum atrito, como a necessidade de login no espaço da loja.

Segurança

Se hoje a maior parte dos consumidores confia em fazer compras na internet, uma brecha de segurança arranha a imagem da empresa e pode levar o público a procurar concorrentes.

O nível de segurança da plataforma de ecommerce deve ser analisado com cuidado, principalmente em sistemas de código aberto ou On-Premise. Esse é um dos principais argumentos a favor de plataformas SaaS, uma vez que a segurança é gerenciada pela equipe contratada. Por outro lado, uma plataforma SaaS costuma atrair mais ataques, já que mantém dados de centenas, ou de milhares de consumidores de inúmeras lojas diferentes.

Alguns negócios específicos também atraem mais ataques ao vendedor, como, por exemplo, uma loja de tickets de ingresso virtual pode ser atacada por cambistas.

Além de ler as informações disponibilizadas pela própria plataforma de ecommerce sobre como lidam com dados sensíveis de clientes, é preciso tomar decisões entre o quão fácil deve ser fazer a compra em sua loja (por exemplo, sem a necessidade de login), e o quão segura deve ser. Por isso, uma plataforma com diversas opções de segurança permite que você faça a melhor escolha para a sua loja.

Suporte ao Cliente

Se existe algo possível de dar errado, dará! Toda plataforma de e-commerce tem problemas, seja por confusão do usuário, ou por problemas técnicos. A diferença entre elas está na capacidade de atendimento personalizado aos clientes. Se a sua loja estiver com problema, você vai querer resolver o problema o mais rápido possível, e um bom atendimento é um diferencial importante neste momento.

Página inicial do Elo7, com menu de categorias e carrossel de produtos em destaque, que muda constantemente.
O Elo7 é um marketplace especializado em objetos artesanais, com destaques rotativos na página inicial

Considerações finais

Escolher a plataforma de e-commerce para a sua empresa não é fácil. É uma decisão complexa, que envolve olhar diferentes aspectos das ofertas disponíveis:

  • Orçamento: quanto e como quer investir na plataforma (mensalidade, porcentagem, etc);
  • Escalabilidade: qual a perspectiva de crescimento do negócio?
  • Suporte a picos de demanda no Natal e em datas importantes;
  • A plataforma é fácil de usar?
  • Personalização: é possível deixar a loja com a sua cara e com um fluxo de compra que faça sentido para o seu produto?
  • SEO e Marketing: a plataforma está preparada para te ajudar a vender?
  • Integrações: é possível integrar a loja com diversos sistemas de pagamentos, analytics e plataformas de disparo de e-mails?
  • Omnichannel: talvez os clientes prefiram fazer as compras em outros canais de vendas;
  • Segurança: dado de cliente é coisa séria! Você não quer ser o responsável pelo vazamento.
  • Suporte: a equipe de suporte está preparada para lidar com as demandas e eventuais problemas?

Essa é uma decisão importante que pode ser um grande motor para o crescimento do negócio. Para facilitar sua decisão, estamos preparando um comparativo detalhado das melhores plataformas de ecommerce. Fique ligado!

Artigo escrito por
Rodrigo van Kampen
Depois de anos trabalhando em agências de marketing e publicidade, escolhi a vida de freelancer, trabalhando com clientes de todo o país e perfil de segmento. Pai de dois, marceneiro amador, escritor profissional e redator nas horas vagas.
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